17 abril 2010

são escolhas...

seguimos levianamente através dos mais fantásticos acontecimentos dos últimos tempos (atrever-me-ei a afirmar "séculos"?). a Mãe Terra manifesta-se como há muito não o fazia. normal? muito provávelmente. imprevisivel? bastante, mas certamente que não totalmente. pelo menos, se bem me recordo dos anos de escola e das aulas de ciências da vida, a Terra é formada por placas mais ou menos móveis. naturalmente acredito que se mexe num lado, de certo haverá respostas noutro... mais ou menos como o fenómeno duma onda no mar (ou, mais simplesmente falando, como num estádio de futebol). e nós Homo sapiens sapiens o que fazemos? seguimos levianamente. seguimos com atenção os movimentos palacianos que a tv nos oferece, em forma de novelas. o clima da Europa assemelha-se ao das zonas extremas com tempestades tropicais e ondas de frio polar. e nós Homo sapiens sapiens o que fazemos? seguimos levianamente. seguimos com atenção os movimentos palacianos que a tv nos oferece, em forma de novelas. para que servem tantos estudos nas mais diversas áreas de conhecimento? para nos vender refrigerantes e pipocas?

11 abril 2010

Mosaico

Eu sou um animal, como qualquer outro ser humano. Sou (somos) um mosaico de sentimentos e de instintos.
(temos que gerir todos esta bagagem sentimental)

Chegar à outra margem. Há sempre outra margem.

Um mosaico... ou um vitral. Com a luz certa as sombras também formam imagens.

Amizade, amor são mosaicos, assim como o desprezo, a indiferença e o ódio. Os meus Ensinamentos são estes: ao contrário das ditas "religiões", deve-se odiar, pois faz parte da nossa natureza animal, mas devemos orientar estes ódios para as pessoas certas.

Só assim a sombra assim formada poderá ser a mesma do caminhante num belo dia de Verão.

05 abril 2010

Mudança é uma palavra

Quando era criança vivia em Montréal. Todos os Verões havia sempre alguém para ir buscar ou levar até ao aeroporto internacional da cidade (não me lembro bem qual era). Claro que o aeroporto parecia-me, evidentemente, enorme (eu era em comparação muito pequeno). Lembro-me de andar de um lado para o outro, explorando o local. Havia, contudo, um local que me fascinava: eram uns bancos, individuais, no qual se encontrava uma pequena televisão. Esta era activada quando com uma moeda de 25 cts, o que era muito dinheiro para mim (era pequenino!).
(esses assentos eram pretos e tinham uma estética vagamente Star Wars ou então sou eu que tinha uma imaginação galopante)
Sabem que mais? gostaria de passar por esse miúdo e colocar uma moedinha na televisão...
Estou a dever-lhe isso.

01 abril 2010

Petite divagação

Um dia de cada vez
(cada dia corresponde a 24 horas)
Umas horas de cada vez.
O Senhor PBS senta-se à janela (com vista para o monumento aos soldados mortos na Grande Guerra) e pensa “São umas horas de cada vez apenas isso”.
(com o olhar procura empurrar o pensamento até ao rio Tejo, que corre por cima da estátua do soldado)
Como se estivesse a subir umas escadas, um degrau de cada vez, para não cansar (saltar dois ou três degraus chega-se mais depressa ao fim, mas cansa muito mais). Como na vida, não se deve saltar várias horas de cada vez, senão cansa mais.
O Senhor PBS volta a ler este texto desde o início. As escadas também de descem, podemos descer também nos dias ou pelo menos parar de subir? Para ler este texto, desço ao longo do texto, também não posso saltar palavras ou não posso lê-lo de baixo para cima.
(talvez o faça e descubra algum significado oculto, ou dê origem a um texto literário experimentalista)
Um dia de cada vez, uma hora de cada vez, um momento de cada vez.... Trata-se no fundo de viver uma palavra de cada vez e isolá-la bem com o silêncio do soldado desconhecido.