22 novembro 2009

EELS - That Look You Give That Guy

os anos passam

(..e vão-se acumulando, acumulando, acumulando, acumulando,acumulando, acumulando,acumulando,acumulando, acumulando, acumulando, acumulando, acumulando, acumulando,acumulando,acumulando, acumulando, acumulando, acumulando,acumulando...)

15 novembro 2009

Palavras que busco (por Avelina da Silveira)

Há palavras que nascem para serem cantadas,
há palavras que rasgam a proa do futuro,
outras recolhem-se para serem sonhadas,
e outras ainda se escondem no escuro.
Há palavras de vidro, palavras quebradas,
há palavras queimadas, feitas esturro,
das palavras que busco nas asas de fadas,
aquelas que encontro são feitas de nada.


(De mãe florentina e pai micaelense, Avelina da Silveira nasceu em Angola em 1959. Avelina viveu em S. Miguel durante os anos mais significativos do seu percurso pessoal; estudou na Escola do Magistério Primário de Ponta Delgada, e foi aluna da Universidade dos Açores no curso de História e Ciências Sociais. Em 1986 emigrou para a província de Ontário no Canadá, onde vive com o marido, um filho e uma filha. Na Universidade de Guelph licenciou-se em Psicologia e História, tendo continuado com estudos de pós-graduação na Universidade de Toronto, OISE, onde fez o mestrado em Sociologia da Educação.
Considerada uma das grandes promessas da nova poesia açoriana, Avelina da Silveira recebeu em 1985, com o livro Num Risco de Pássaros, o Prémio Revelação do Concurso literário da DRAC.
in Na Metamorfose do Tempo

01 novembro 2009

"sabe o que eu acho"

"sabe o que eu acho" - expressão maior do egocentrismo comum. são várias as expressões que se verbalizam com frequência e que nada querem dizer. infelizmente, sempre que utilizadas, revelam na sua maioria uma falta de gosto atroz.

senão vejamos: se dado indivíduo comunica com outro, partindo do princípio que se entendem e que a comunicação é neutra, quer dizer que existe um interlocutor (naturalmente de forma alternada) e que a comunicação se mantém exactamente por ambos terem vontade de conhecer a opinião do outro.

assim, o que levará um a dizer: "sabe o que eu acho"?

para se fazer ouvir, tentar manipular a conversa, ganhar respeito? pode-se inventar uma série de explicações, sendo que o mais certo será apenas: é uma expressão, nada mais.

então se não tem qualquer significado e consequentemente importância, porquê utilizar?

a conclusão será simples: "sabe o que eu acho" revela, além dum mau gosto extremo, um laivo de falta de educação a evitar a todo o custo.

assim, faço com este pequeno texto mea culpa, desejando que todos quantos numa altura ou noutra me terão ouvido vocalizar esta expressão, sejam capazes de aceitar as mais sinceras desculpas.